domingo, 22 de setembro de 2013

Primavera

É chegada uma nova estação e eu sinceramente não tenho muito o que falar dela. Meu contato com flores é bastante indireto, sobretudo forçado pelo apreço que minha mãe tem por suas rosas e orquídeas e pelos meus braços puxados para o jardim quando estou em visita à sua casa, em Minas.

Aí eu vejo uma plantinha aqui outra ali, flores raras e lindas, mas nunca consegui desenvolver o sentimento que minha mãe parece ter pelas flores. Eu gosto mesmo é de flores de árvores, aquelas que anunciam frutos para próxima estação, como jabuticabeiras, laranjeiras e mangueiras. Bem, realmente não consigo ir muito além quando quero falar desse tema.

Mas o início de uma nova estação reforça o sentimento de renovação que tem me ocorrido a cada dia durante todo este ano. Estou numa fase bastante especial, de me dedicar à aventura, ao novo, ao "fazer acontecer". Repaginar este blog e seus objetivos está nos planos.

Uma boa semana.

Polin Maia

domingo, 25 de agosto de 2013

Crítica

Não há o que escrever, há somente o que pensar. Repensar, planejar, criticar, inovar e diferenciar-me: esta é a minha maior vontade agora. Os textos de domingo à noite, uma semana atrás, se tornaram uma leve tormenta pra mim. Tormenta esta fruto de uma das grandes fraquezas humanas: a aversão ao diferente.

Na luta por um mundo melhor!

Boa semana.

Polin

domingo, 18 de agosto de 2013

O que me falta?

Não me recordo se, nas poucas dezenas de vezes em que escrevi aqui, já comentei da minha admiração pelo Teatro Mágico. Quem convive comigo já deve ter me visto com alguma camiseta de raruxo com algum verso de uma canção da trupe ou já teve de me escutar cantarolando algo entre "só enquanto eu respirar vou me lembrar de você" e "esse mundo não vale o mundo, meu bem"... Acompanho o grupo/banda desde abril de 2009, quando comecei a estudar em Viçosa e fui a um show deles numa das primeiras semanas de aula da universidade. De lá pra cá, o gosto por sua arte se tornou cada vez maior e sempre me pego refletindo sobre a vida a partir das letras das canções e das sensações que elas me causam. Pra escrever o texto de hoje, O Teatro é uma agradável companhia!


Algumas semanas atrás comentei que 2013 ficaria registrado para mim como um grande ano de mudanças. Recentemente concretizei algumas e conquistei outras. E isso me aquietou um pouco, fixou-me no aqui e no agora. Entretanto, a sensação de falta é ainda demasiada.

Sinto-me privilegiado. Nasci em uma família afetuosa, primeiro e último filho de pais cheios de experiência de vida, de corações abertos ao mundo e a seus desafios. Pais que hoje já se aposentaram e vivem atrás das montanhas de Minas, no lugar do meu passado, à beira do riacho, à beira do fogão de lenha. Criaram-me com um amor que só posso desejar ter conseguido capturar deles e poder passar a alguenzinhos. Criaram um filho demasiadamente caótico, perdido, afetuoso, esperançoso, bobo, triste, melancólico, desesperado, tímido e sonhador. Souberam fazer da nossa realidade um campo de aprendizado constante, e me prepararam da melhor forma possível para alçar meus próprios voos. Saudade e mais saudade!

Sinto-me privilegiado. A minha família é ainda muito maior que nós três. Sempre estive cercado de tios e tias, primas e primos, avós e toda sorte de parentescos - gente pronta pra me amar, ajudar, acompanhar e que me dá a cada dia uma dose renovada de esperança e carinho.

Sinto-me privilegiado. Tive a oportunidade de correr atrás do conhecimento e achar muitas portas abertas para a minha formação acadêmica. São muitos os agradecimentos às pessoas que me apoiam nessa frente. E sonho e luto por um mundo de portas abertas a todos.

Sinto-me imensamente feliz com os amigos e amores que encontrei ao longo da vida. Gente que me compreende na minha incrível capacidade de derrapar, contradizer e problematizar, mas que ainda acredita que mereço algum apreço.

Sinto-me feliz com meus mil interesses. E a vontade de aumentá-los.

Entretanto, apesar de tudo, sobra muita falta. Sempre há o incômodo da incompletude, da superficialidade e da descrença com o futuro. Um grande paradoxo: sinto-me ora extremamente esperançoso e sonhador, ora desacreditado e desanimado...

Vivo, assim, com este questionamento: o que me falta? Qual é a materialização da minha falta? Onde encontro respostas? O que mais é preciso, além dos sonhos? Onde está a receita para não ser sempre o boicote de mim mesmo?

Nessa vida de questionamentos, devo estar crescendo e colhendo respostas, sobretudo na ação frente aos problemas. E me parece que essa sensação de falta ainda durará um certo tempo, talvez todo ele. Talvez eu já seja feliz aqui e agora e a sensação de falta seja o preço que pago por ser alguém que quer ir além.

Boa semana!

Polin Maia

domingo, 11 de agosto de 2013

O andar é que faz o caminho

Na obra do poeta espanhol Antônio Machado, nos versos dos Titãs de "Enquanto houver sol" ou nos dizeres prosaicos de Inês Brasil "vamo bora fazendo", aprendi uma boa lição: seu andar faz o seu caminho; a ação é a parte que mais define o projeto.

Passei muito tempo da vida sonhando, planejando, viajando alto e distante, muito apegado a uma realidade que não é minha e que me distanciava do que tenho aqui e agora. Isso me desgastava bastante e, a despeito de muitos planos, objetivos e vontades, eu me via quase sempre vazio e com a sensação de que nada se completou no fim de todas as contas. Demorou para entender que só o trabalho contínuo e diário pra se tornar aquilo que se quer ser sem perder aquilo de bom que se é pode dar algum resultado positivo. E é esse o meu novo plano de vida: ser exatamente aquilo que sou e trabalhar e me dedicar ao máximo para ser aquilo que quero.

Volto, nessa brevidade, com minhas publicações semanais, aos finais de domingos. Vida longa a essa nova "temporada".

Sobre minha vida: acho que nunca esteve tão boa xD

Boa semana.

Polin Maia

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Minas, mais prazer encontro eu lá

Esse post não diz nada além de que estou indo pra Minas. Poderia aqui discorrer sobre a necessidade de descanso, a reposição de energia, o sono de que poderei desfrutar, as leituras que adiantarei, mas eu mesmo já estou cansado de falar sobre esses meus planos para as férias e, afinal, chegou o momento de eles se realizarem.

Ontem ficou faltando um texto de fim de domingo, mais uma vez fiquei sem internet e com isso faltou o esmero para escrever... não tenho o que publicar!

Beijos pra quem fica.

Polin Maia

domingo, 7 de julho de 2013

A casa onde moro

Tenho uma frase que uso para me definir nos momentos em que a poesia pede: "Sou um pequeno poeta palhaço, precisando de mais tempo e de menos espaço". Com esse verdadeiro subtítulo que uso para minha existência consigo dizer quase tudo que de importante eu tenho ou eu sou. Tenho noção do meu tamanho diminuto, das minhas limitações (e do meu poder de superá-las) e da grandeza do mundo todo – por isso me chamo pequeno. Tenho em mim a poesia, não só a poesia dos versos, mas a poesia materializada nas ações do dia-a-dia e no jeito de ver as coisas. O palhaço chega para ser a alegria que não encontro no mais profundo e para dar leveza à vida. 24 horas, 365 dias ou apenas uma vida não são suficientes para meus mil interesses. Por fim, quando falo de menos espaço... Bem, esse é um tema paradoxal para mim.

Peço menos espaço devido à incapacidade de me agarrar ao meu espaço presente. Sou desses que fazem mil planos e querem estar em qualquer lugar, menos aqui. Perco o interesse pelo local onde estou com uma extrema facilidade e, ao perder a vontade de estar aqui, me perco e me vejo como esses navegadores que ao descobrirem novas terras, logo precisam partir em busca de outras aventuras, deixando a sua descoberta nas mãos de alguém que julgam mais preparado para o cuidado. Por outro lado, essa desfronteirização do meu espaço me permite ser alguém que sonha mais e não se contenta. E como vivo de sonhos, acabo me encontrando nessa difícil contradição.

Já morei em sete casas e mais a da minha vó. Nunca morei ali verdadeiramente, mas posso dizer que é a casa que mais conheço e onde mais me reconheço. Quando estou lá, o Pulinha, o Polin, o Tião, o Paulo, o Tipola e todos os outros eus se encontram e sorriem um para o outro. E também choram lembrando dos tempos idos, das aventuras passadas, das despedidas e dos reencontros com avós, primos, primas, tios e tias. Talvez por nunca ter mesmo morado ali, é o lugar onde mais me agarro, onde mais desejo estar ou pra onde mais quero voltar.

A casa dos meus pais, o sítio à beira do riacho e atrás das montanhas de Minas, é outro lugar que consegue me fascinar bastante, mas tenho um problema peculiar com ele. Foi ali que passei a minha infância e, quando volto, é impossível não sofrer com a nostalgia. Lembro-me dos dias inteiros de brincadeiras de criança, de aventuras e da sensação de que nada seria capaz de incomodar nossa vidinha à luz do Sol e da Lua.

Morei com amigos, quando estudava em Viçosa. Chamava república, mas não sei bem se é o modelo de república que você imagina. Havia uma liberdade incrível e finalmente parecia que eu morava sozinho, apesar de ter outras três ou quatro pessoas dividindo o mesmo teto. Na República Arcoverde morei com grandes amigos e qualquer dia desses venho aqui relembrar aquele local único no Bairro de Fátima...

Morei em uma casa alguns meses, numa comunidade perto do sítio... mas eu era pequeno e nem me lembro direito.

Morei com minha Tia Ana e sua família em Conselheiro Lafaiete por dois anos. Foi quando me mudei para a cidade e tudo era absolutamente novo e espantoso, mas me adaptei rapidinho. Entre meus primos, a gente ri e comenta que eu cheguei como um “jequinha” na cidade grande e agora não tenho cara nenhuma de quem nasceu na roça. Por cara, queremos dizer jeito, modos, costumes, essas coisas...

“Morei com minha mãe mais meu pai que ia nos visitar” em Lafaiete durante a adolescência. Foram tempos interessantes, de eu olhar para dentro de mim e ao mesmo tempo buscar ver o mundo à minha volta. Hoje sinto como se tivessem passado num piscar de olhos, apesar de terem sido cinco anos. Acho que deve ter sido pouco tempo, e hoje eu peço mais.

Finalmente, a casa onde moro! Estou em São Paulo desde o início do ano passado com a Denise e a Débora (as De’s), minhas “primas”. A Denise é minha prima mesmo e amiga de infância, a Débora me adotou como primo e agora eu a adotei assim também. E com elas e mais o Guto (o cão), vivo em um apartamento que é uma mistura de república com moradia de primos. E eu gosto muito mesmo de morar aqui. Além de vira-e-mexe relembrarmos os tempos idos com saudades, estamos sempre aprendendo com as experiências de cada um e de todos juntos. 

Acabei revisitando minhas residências e chego agora num desfecho interessante. Acho que estou começando a reconhecer um erro na minha frase de apresentação. Continuo o pequeno poeta palhaço que precisa de mais tempo, mas penso que no fundo mesmo eu preciso também de mais espaço. A retirada de fronteiras e a necessidade de ser de todo o mundo me impulsionam a trocar o menos por mais, e agora sairei por aí anunciando meus desejos: mais tempo e mais espaço.

Nessa casa onde eu estou, tenho as condições materiais para viver bem e, de quebra, tenho a companhia de duas meninas de quem gosto muito. Mas, acima de tudo, é aqui que estou me encontrando e certamente esse lugar me marcará para sempre.

“Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo.”
Saramago

Abraços,

Polin Maia

domingo, 30 de junho de 2013

Um texto pretensioso sobre todas as coisas

Terminei o último texto para este blog comentando do meu apreço pelo tempo e por sua passagem. Parece estranho admirar tanto algo tão habitual e abstrato quanto o tempo, mas esse famoso fio condutor da história é meu companheiro ao travesseiro todas as noites em que revivo, planejo e sonho toda a existência.

Há exatamente um ano fiz uma análise sobre o primeiro semestre de 2012 e guardei aquele texto comigo. Surpreendi-me, na época, com as mudanças implementadas nos seis meses da nova fase da minha vida, e chamei justamente de nova fase porque foi quando me mudei para São Paulo (isso alguns de vocês que me leem já devem saber). Hoje verifico que foi um erro chamar aquele período de “o tempo da grande mudança da minha vida”, pois, como comentei no texto anterior, 2013 é sim o grande ano das coisas novas.

Antes do primeiro semestre de 2012, quando ainda estava em Minas, eu costumava determinar um dia do calendário em que ocorreria uma mudança completa nos meus hábitos e na minha atuação nesse mundo. E acabei por determinar tantas e tantas datas (quase diariamente) e nada acontecia – o caos da vida perpetuava. Datas como essa, o início de um novo semestre – 1º de julho, amanhã – certamente estavam incluídas como um ponto no tempo em que tudo se resolveria. E eu botava toda a minha fé nisso, mas não me mexia nem um centímetro.

Com o mesmo tempo, fui percebendo que não adiantava determinar uma data da revolução pessoal porque essa revolução é feita aos poucos, trabalho diário, construção coletiva, o mundo mudando com a gente. E aí, graças a uns breves períodos de lucidez nesse caos, consegui fazer alguma coisa que me permitiu senão mudar totalmente o jeito de levar a vida, trocar de casa, de cidade, de curso de graduação, de profissão e talvez de futuro. E então cheguei naquela “nova fase” e escrevi um texto. De certa forma acreditei que a mudança tinha acontecido, mas o pano de fundo da existência continuava muito semelhante.

Acho que não marquei para 1º de julho de 2012 uma data de impacto no meu calendário da vida, mas me lembrei desse costume hoje e, ao verificar que alguma mudança pronunciada vem ocorrendo, resolvi decretar para 1º de julho de 2013 a data em que simbolicamente começa uma verdadeira nova fase da vida. Tendo o dia inicial do segundo semestre como um marco, pretendo que de amanhã em diante eu consiga viver de forma mais prazerosa, sadia e interessante. Tudo o que vivi e pensei recentemente, todos os novos sonhos e as reciclagens dos antigos – que eu consiga desfrutar de ânimo e sabedoria para atuar da forma como desejo e me faz bem com tudo isso.

Esse texto aqui é uma tentativa de abordar todas as minhas passagens mais recentes, ainda que superficialmente, numa só análise. A partir dessas vivências estou contruindo o meu futuro e acho importante registrá-las, bem como a minha impressão sobre elas.

Pretendia fazer uma análise cronológica do que foi essa vida nova, mas prefiro citar os pontos importantes à medida em que forem surgindo em minha lembrança.

Bem, engajei-me mais fortemente no movimento estudantil, da Medicina e Geral e com isso aprendi bastante sobre política, lutas sociais e, sobretudo, tornei-me mais crítico e empenhado. Graças a esse mérito, fiz viagens incríveis, onde conheci pessoas igualmente incríveis ou fortaleci os laços pré-existentes.

Conheci um pedaço da Amazônia em janeiro, num viagem-aventura em que utilizei bastante o senso de liberdade e voltei no fundo conhecendo mais a mim mesmo do que qualquer outra coisa. Estou com um texto sobre essa viagem empacado aqui, mas pretendo terminá-lo e publicarei em breve.

Minhas aulas na faculdade voltaram no início de fevereiro e eu, diante da explosão interna de pensamentos e revoluções pessoais, vim desde lá derrapando em cada atividade, aula, compromisso, prova, trabalho... certamente o meu rendimento acadêmico está desprezível, mas nada que não seja possível melhorar no próximo semestre que começa amanhã – um marco mágico no calendário :]

Os sentimentos estiveram à flor-da-pele nesse primeiro semestre. Ternuras antigas e novas e doses inesperadas de afetos novos ou não me abalaram e eu ando meio que ainda tentando compreender que bicho é esse chamado amor ou que bichos são aqueles chamados desejo, ódio, carinho, responsabilidade, admiração ou simplesmente amizade. O amor físico tornou-se algo mais questionável para mim, e comecei a trazer mais para o plano cotidiano as considerações sobre o que o envolve. Estou pensando em textos para isso também e publico em breve.

Tornei-me professor. Fui a uma reunião para conhecer a rotina de um cursinho popular e no fim da tarde já havia recebido o cargo de professor de Biologia. Estou dando aulas desde março no cursinho Laudelina, da Rede Emancipa, no Alto do Ipiranga, em São Paulo. Empenhei-me bastante em aprender a dar aulas, porque nunca tinha feito isso, e em estudar Biologia. E fui muito feliz, certamente aprendi mais que ensinei e fiz amigos para a vida toda.

Comecei a me dedicar a duas Ligas Acadêmicas, de Psicanálise e de Hepatologia (na área de cirurgia do fígado). Foi muito bom para estreitar laços com professores e adentrar um pouquinho mais na Medicina, principalmente porque são duas áreas bem diferentes e que servem bastante ao meu mundo de mil interesses.

Ingressei no PET-Saúde, um grupo formado por orientadores e alunos e que busca desenvolver atividades de vigilância em saúde. Espero desenvolver trabalhos científicos e atuar numa área que parece não estar muito presente na formação regular da Medicina e penso que me ajudará a renovar o ânimo com as tarefas acadêmicas.

Manifestações... atos públicos, debates e formação política – estive em pelo menos seis protestos neste ano, na USP contra o PIMESP, nas ruas do Centro em favor da revogação do aumento das tarifas, contra o Feliciano na Paulista e me senti muito motivado em lutar por meus ideais, pessoais ou aqueles de sociedade.

Vegetarianismo... tornei-me vegetariano quando estava em Porto Velho, em janeiro. Já tinha um problema com a ingestão de carne, que muitas vezes me causava alergia e, além disso, queria melhorar minha alimentação e não tinha muito apreço por bifes e pedaços animais. Decidi, então, parar de comê-los totalmente. Algumas vezes comi uma esfiha do Habib’s ou um pedacinho de alguma coisa em meio à comida, mas agora já não como mais e daqui a pouco começarei a defender os benefícios dessa prática =]

O Coletivo A gente não se acostuma me é outro grande formador e com as pessoas que dele participam também aprendi muito e me diverti pra caramba. Realizamos saraus memoráveis e começamos a atuar de uma forma questionadora frente às mazelas sociais e aos problemas mais diversos da Santa Casa e de fora dela. É ali que despontou em mim um ser político e estou bem feliz com essa verdadeira conquista.

Li bastante nestes seis primeiros meses e isso também me agradou muito. Cozinhei, busquei novos interesses e aviventei projetos passados. Adquiri novos hábitos, estranhos ou não, curiosos, benfazejos ou não, depende do ponto-de-vista, mas que têm me feito cada vez mais parecido com aquilo que eu sou de verdade.

Por fim, posso dizer que uma armadura está despencando de mim e escrever tudo isso me empolgou para fazer acontecer aquilo que sonho. Com essa visita aos acontecimentos recentes posso acreditar que a vida tem feito sentido, tem sido mais plena.

Certamente este texto não está completo e talvez nem perto disso; sei bem que é uma tentativa falha de tocar as coisas mais importantes sobre mim e mais falha ainda no quesito abordar a dimensão daquilo que realmente ocorre. Mas para quem está passando por uma mudança severa, mas ainda conserva o gosto pela escrita, é uma experiência extraordinária.

Entro, dessa forma, numa nova fase. Não me sinto mais paralisado e acho que poderei me mexer centímetros ou quilômetros daqui para frente. Ao trabalho, então!

Boa Semana! Até o próximo domingo.

Polin Maia

domingo, 23 de junho de 2013

22 anos

Fiz 22 anos nessa semana que passou. Cheguei a uma idade que já me passou pela cabeça algumas vezes, porque eu gosto desse número e porque até há um ano e meio seria a idade com a qual eu me formaria na faculdade e teria que decidir mesmo o que fazer com a minha vida. Eu dizia, ou ainda digo, que 22 é o meu número da sorte - foi o número do candidato a prefeito (do antigo PL, veja só!) pra quem torcia na minha primeira aventura política aos 9 anos (esse candidato foi eleito); foi o meu número de chamada na 5ª série e em outras; foi a colocação em que fiquei no vestibular para Bioquímica na UFV e foi algumas outras coisas que não lembro. Não lembro porque talvez não tenham sido assim tão importantes. Mas ter um número da sorte me pareceu, ou ainda parece, bem importante e é por isso que o carrego comigo. Agora além de número da sorte, carrego o 22 como idade.

É, realmente eu preferi jogar para os 26 a idade com a qual irei decidir mesmo o que fazer com a vida. Com essa idade concluirei a faculdade que faço agora e é um pouco confortante saber que ainda terei um certo tempo para lidar com esse desafio que é tentar ser alguém, ou tentar ser mais que mais um. Minha aventura política dos 9 anos não vingou como eu gostaria, hoje, que tivesse vingado. A vida foi me trazendo novos aspectos, novas programações; e eu somei à pressão da vida uma melancolia, um "fechamento em mim mesmo" e passei quase que toda a adolescência em profunda crise, atribuindo a mim personagens, me despersonificando, me fechando para o mundo.

Ao final da adolescência, por influência das escolhas que fiz para mim, conscientes ou não, acabei encontrando pessoas e lugares que me influenciaram muito positivamente e com as quais aprendi a ser e a me portar como realmente sou. Diria que ainda estou nessa fase de final da adolescência, porque mesmo os 22 anos não me garantem pensar como adulto, na sua concepção mais popular e corriqueira. Entretanto, acho, analisando-me um pouco mais, que estou próximo de um outro estágio da vida, não porque vislumbro esse que vem aí, mas porque me distancio do anterior. Talvez esse novo estágio chamem de idade adulta!

Essa mudança em minha vida, que tenho experimentado nesse ano, já faz com que eu trace novos objetivos e sonhe novos sonhos. E é engraçado experimentá-la! Quando saí de Minas, em janeiro de 2012, para tentar uma nova vida em São Paulo depositava, como já devo ter comentado em algum outro texto aqui, a ideia de que seria um tempo de mudanças extremas, mas não foi o que eu verifiquei. Erros e pesadelos do passado continuaram me sufocando, me oprimindo e aí eu passei quase que todo um ano em função de querer ser algo novo, mas extremamenete temeroso e cheio de dúvidas. 2013 foi/é diferente, as mudanças são palpáveis e tenho coragem de provocá-las. E me sinto bem assim!

O engajamento político, ceifado durante anos, reapareceu e tem me feito bem. Acho que agora ele finalmente irá vingar. De ações concretas, tenho participado de muitas manifestações nas ruas de São Paulo pela revogação do aumento das tarifas do transporte público, contra o cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara do pastor Marco Feliciano, em defesa do SUS público e estatal... Em parceria com movimentos sociais e organizações que pensam uma sociedade mais colaborativa, menos desigual e que dê garantias de direito a todos os cidadãos, tenho aprendido bastante e sonhado novos sonhos.

Gostaria de comentar sobre a onda de manifestações que atingiu todo o Brasil, até porque vivi bastante coisa e testemunhei de muito perto os últimos acontecimentos, mas ainda me falta uma elaboração maior e por enquanto deixarei esse vídeo, do professor Mauro Iasi da UFRJ, que eu achei bastante lúcido e informativo para ajudar no entendimento de todo esse processo.


Bem, no dia em que completava 22 anos de idade, comemorei de verdade a revogação do aumento das tarifas anunciado por Haddad e Alckmin. Foi uma vitória conquistada pelo povo e isso muito me alegrou. Não ligo muito para os aniversários, mas como você pode ver, o tempo e a passagem dele tem um significado muito importante para mim.

Boa semana! Até a próxima!

Polin Maia