domingo, 2 de novembro de 2014

Das poucas certezas que temos na vida

Os últimos dias não têm sido fáceis, as últimas semanas também não e os últimos meses idem. Que coisa é essa vida! Quanto problema, quanto suspense, quanta tormenta, dor, desesperança! Quanta confusão, desajuste, desrespeito e tristeza!

O começo é assim mesmo: pesado, duro, fúnebre, dilacerante e caótico. Foi assim o meu começo de ano, têm sido assim muitos dos meus dias, apesar de uma aparente calmaria que na verdade não experimento faz tempo. Mas apesar deste começo difícil, que só conhecem aqueles mais próximos a mim, diria que escrevo este texto especialmente com uma tranquilidade inesperada. Que coisa não?! Da mesma forma que é o meu passar dos dias, não posso prever como será o depois. Talvez eu me arrependa por escrevê-lo, me entristeça ou mesmo posso ficar indiferente. Mas vamos ao que interessa de qualquer forma.

Nunca tive tantas incertezas como tenho agora e talvez isso não seja tão ruim. Imaginava que o passar do tempo possibilitaria a mim concluir mais, solidificar opiniões, definir projetos e achar um trilho em que seguiria minha vida. Doce inocência! Percebi que o meu modo de enxergar o mundo não é nada cartesiano, nada maniqueísta, nada imutável e que eu simplesmente precisava encontrar o modo de operar a existência desse jeito que eu sou, aprendendo a eliminar toda a dor que experimentasse ou me ensinando a suportá-la. Acho que ainda estou neste processo de aprendizado e é aí que surgem essas dificuldades cotidianas que mencionei logo acima.

Nas últimas semanas tenho escutado muitas certezas proferidas por pessoas em quem na verdade pouco acredito. Da mesma forma tenho visto que às vezes uns se adaptam à realidade para se fazerem sentido, o que causa a ira de outros que não aceitam dúvidas. Incluo-me nestes dois grupos, como agente e como observador, e concluo, mesmo que não no sentido lato de se concluir, que são as incertezas que nos levam a algum lugar, que nos fazem desafiar nossa rotina e transgredir com nossas crenças.

Assim, eu já não estou mais certo se tudo o que vomitei no início é de fato verdade absoluta. A dor cedeu espaço para a alegria em muitas oportunidades, a coragem venceu a desesperança em outras e tenho a incerteza de que fiz o melhor que pude para passar os meus dias nos últimos tempos.

Cheguei até aqui. Tudo ainda está obscuro; do futuro sei muito pouco e do passado há muito para se esquecer. E hoje é um dia de Finados, um feriado religioso a que nunca dei importância e que também não daria neste ano, apesar de que sua existência no calendário seja bastante sugestiva para um apertozinho nesse meu coraçãozinho aprendiz. Só posso dizer Saudades Tia Inês, minha mamãe Inêsquecível. Que nos meus próximos dias eu possa celebrar sua existência incerta, caótica, dolorida e cheia de amor.

Dentre as poucas certezas que temos na vida, estou certo de que minha mãe não sofre mais. Sua ausência me causa dor, mas entendo, ainda mais como prova a minha futura profissão que experimento todos os dias, que toda dor passa, de um jeito ou outro, seja pela morte, seja pelo novo, seja pela crença, seja pela palavra, seja pelo remédio, seja "do jeito que você quiser".

Outra coisa de que estou incerto é que posso ser "do jeito que eu quiser" e isso é libertador. Sejamos!

Ainda não escrevo como gostaria, mas é bom recomeçar. Meus textos geralmente são publicados domingo ao meio-dia (dom 12h) e eu escolho divulgá-los ou não. Têm caráter pessoal, mas posso mudar. Seja bem-vindx ao meu blog.

Boa semana.

Carinhos,

Polin

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Começarei a postar qualquer dia desses

Bem, não tem sido nada fácil: querer me organizar, cumprir tarefas, cumprir prazos, fazer acontecer. A vida tem se revelado dura, o tempo curto e a vontade vai embora sempre muito facilmente.

Sempre soube que a vida seria difícil, mas que toda a dificuldade parecesse vir ao mesmo tempo, disso eu não sabia. Como 2014 tem sido um ano ruim. Quanta coisa péssima, quanto desgosto.

Acho até bom não ter postagens desse ano horroroso: tomara que ele acabe logo!

Qualquer dia começo a postar novamente, não sei quando. Até lá!

Beijos.

polin

domingo, 29 de junho de 2014

Meu amigo Ronni

Não sei começar a escrever este texto e acho que não há melhor forma de começar discorrendo sobre sua dificuldade intrínseca porque assim, dessa forma, já está começado.

Hoje é domingo, e é meio-dia, portanto volto com minhas publicações semanais. Queria ter começado no domingo dia 22, mas como disse anteriormente, esse não é mais um bom número pra mim... Ok. Tudo acertado. Vamos parar de enrolar e escrever.

Vou falar hoje do meu amigo Ronni, não só porque nessa semana que passou ele comemorou seu aniversário, nem porque estamos a mais de 9000 quilômetros de distância e há mais de um ano sem nos ver, mas sim porque ele está quase voltando! E porque eu espero muito este retorno!

Ronni, se soubesse a alegria que tenho por lhe ter como amigo! Ai ai. Seu apoio e sua presença ainda que à distância têm sido fundamentais para mim nesse que considero um dos períodos mais tumultuados da existência. Sua receptividade a todas as minhas crises e suas palavras de coragem, conforto e otimismo nos momentos mais duros são a prova clara de que nossa amizade se estabelece em níveis muito sagrados e profundos. Suas lições, ensinamentos, opiniões e desabafos, ao mesmo tempo, me revelam que a confiança é recíproca. E nessa reciprocidade construimos um sentimento verdadeiro de fraternidade, e meio que me vem à cabeça que o que nos mantém juntos é justamente essa troca, que nunca terá fim.

As novidades de nossas vidas sempre são comunicadas ao outro, mas ocorre um fenômeno interessante: algumas vezes temos uma certa urgência de falar, noutras parece que queremos guardar a surpresa e deixar que as coisas se concretizem um pouco mais. E percebo, agora, que esse ritmo de compartilhamento traz algo muito legal: somos surpreendidos sempre! Ou porque a notícia foi dada muito cedo ou porque um de nós conseguiu esconder seus planos, o que é bastante difícil. 

Não vou relatar cronologicamente a nossa amizade, como fez alguns dias atrás, porque você já o fez primorosamente e aí ficaria muito fácil e seria um plágio. Vou me lembrar daquele dia em que você me recomendou que fizesse a inscrição pra prova do ENEM, porque eu andava com uma ideia de fazer Medicina, e passamos mais um início de madrugada na sala de casa tentando estudar, descobrindo coisas na internet, comendo e conversando e fazendo a inscrição. Aquele talvez foi o dia de transição entre o que estava colocado pra minha vida e o que ela se tornou. E você estava ali do meu lado, me apoiando e me divertindo. Quero mais um pouco desse tempo!

Meus pensamentos estão dispersos, confesso. Lembro-me muito de muita coisa que vivemos juntos mas transferir para o editor de textos está difícil hoje. Acho que estou enferrujado - muito tempo abdicando da delícia que é escrever, por muitos motivos. Quero só lembrar a você, que nessa semana última transpôs mais um número na sua caminhada, que sua existência é sublime na vida de muita gente. Você traz consolo, esperança e alegria na sua fala, no seu canto, nos seus textos e nas mil outras formas de se expressar que não se dão por palavras. Sonhe cada vez mais alto e continue nos (e especialmente "me") fazendo levantar! Corra atrás e trabalhe forte, porque você é capaz e preparado para isso. Continue nos orgulhando sempre, meu amigo!

Eu estou com muitas saudades, aguardando você aqui em São Paulo ansiosamente! Voe e sonhe bastante e volte para nós. Eu prepararei um café com bolo, pimentão com macarrão e abrirei coca-cola em lata pra gente. Uau!

Um grande abraço maior que 9000 quilômetros!

Do amigo, 

Paulo.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Retomar o blog?

Às vezes sinto que deveria retomar as minhas postagens por aqui, e de tanto sentir estou fazendo isso neste momento. Hoje é dia do meu aniversário e venho, como sempre, em datas significativas ou não, construir e sonhar listas de tarefas, estabelecer rupturas com sentimentos, amarras e amarguras passadas, propor vida nova etc etc.

Fazer 23 anos é um pouco libertador. Ter 22 anos poderia ter sido lindo, não foi. 22 já foi meu número da "sorte", não é mais, não terei mais esse tipo de relação com números. Agora é idade nova e me vale o clichê "vida nova", por mais que minha vida pareça nova a cada dia antes e depois de agora.

Com 23 anos ainda tenho sonhos. Quero aprender bastante Medicina e realmente estar motivado no curso, escrever livro(s), escrever poesia, ler bastante, dar aulas. Além disso, de alguma forma quero me estabilizar/equilibrar um pouco mais porque a sensação de flutuação ainda é muito grande para mim.

Esta não é a retomada oficial do blog. É uma retomada meia-boca pra que eu esteja motivado a fazer uma melhor e divulgar. Então, aguardemos até lá. Pode ser que eu continue com a proposta de postagens semanais, domingos ao meio-dia. Vamos esperar dia 22, que não é mais meu número da sorte.

Beijos,

Polin