domingo, 19 de agosto de 2012

Domingo ao meio-dia

Vontade de chorar. Vontade de falar a todo mundo e a mim mesmo o que está mais fundo em meu coração e em minha mente. Uma mistura de sentimentos me toma. Uma dor esternal sempre do lado do coração, que vai e volta. Devem ser as feridas bombeásticas, que cavam,  coronárias, aórticas, mitrais, triscúspides, infernais.

Os Infernais e Nando Reis. Xará Toller e os Abóboras Selvagens, que eu sempre agradeço por tocar canções para mim desde antes de eu nascer. Estou escutando vocês!

Essa mesma vontade de chorar de 2 minutos atrás passa, da mesma forma que tudo na vida. Os amores passam, as pessoas passam, as vontades passam. Passamos despercebidos por aqueles de quem dependemos. E às vezes nos percebem só para mostrar que não percebem do modo como e quando queríamos.

Essa sensação de que a vida está passando muito rápido, de que não estou dando conta de viver. Engraçado eu ser tão rápido para algumas coisas, medroso para outras e desacelerar quando estou sozinho. Engraçado eu ter 21 anos. Engraçado eu falar tanto de minha família. Engraçado eu ser filho único. Engraçado eu me apaixonar por quase tudo à primeira vista. Engraçado eu não ser apaixonado por nada. Uma graça!

Uma graça sem graça de alguém com dor para-esternal. É uma daquelas dores que surgem quando sua fisiologia e sua mente são bruscamente alteradas. Se eu ao menos fosse médico para diagnosticar isso. E se os médicos fossem capazes de diagnosticar! Ah, se tudo fosse diagnosticável! Se tudo fosse aceitável, tratável! Ah, eu queria voltar a ter 13 anos!

Agora me veio outra banda - Capital Inicial (costumo dizer que tenho um certo desprezo inexplicável pelo Dinho Ouro Preto, mas admiro algumas de suas músicas) e uma canção, "Não olhe pra trás", deles. Quando eu tinha 13 anos, e um fardo muito menor para carregar, eu escutava essa canção e acho que não tinha muito motivo para nao olhar pra trás. O chato é hoje ter motivos.

Falar sobre mim é assim. Uma superposição de pensamentos. É assim que a mente funciona e o modo como eu coloco no papel ou no editor de textos.

Tenho vontade de não gastar dinheiro, de não dormir, de não estudar, de não ser nada. Mas tenho receio de ser nada, de não ser alguém, de morrer e de ser maltratado.

Assumo posturas opostas. Assumo vontades que não tenho. Assumo publicamente minha incapacidade de ser linear. E respeito seu desprezo por mim. E sua amizade eu venero.

Bom domingo!

Um comentário:

  1. Mais um texto pra botar a gente pra pensar!
    Você pode até escrever só pra você mesmo, mas é generoso quando compartilha conosco e nos faz pegar um pouco da sua carga, que no fundo, nunca foi somente sua, meu amigo! =)
    Abraço saudoso,
    R

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Polin Maia